Quando o francês Jules Rimet idealizou um campeonato de futebol com as principais seleções do mundo, em meados de 1928, na cidade de Amsterdã, nascia ali o principal torneio do esporte mundial de todos os tempos. Em 80 anos de história (18 edições), os números da Copa do Mundo tomaram proporções inimagináveis. Em 1930, 13 equipes inauguraram o campeonato no Uruguai e foram disputadas 18 partidas. Em solo africano, a competição terá 32 seleções e 64 jogos. Na última Copa, em 2006, cerca de 26,3 bilhões de espectadores acumulados viram os confrontos em 214 países.
Na África do Sul, além dos sete grandes campeões mundiais – Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, Inglaterra e França -, há pelo menos mais duas seleções com plenas condições de faturar a taça. A Espanha, primeira no ranking da Fifa, promete consolidar-se como uma seleção tradicional, e a Holanda, decidida a mostrar que, enfim, pode conquistar o mundo.
Para os candidatos ao título, é essencial que não haja tropeços na primeira fase. Tudo isso para que não ocorra cruzamento entre os favoritos logo nas oitavas de final. Em alguns casos, isso será inevitável. Pior para os espanhóis, que terão que mostrar desde o início o exuberante futebol que lhe deu o título europeu. Seja na primeira ou na segunda colocação do grupo H, a Espanha está fadada a enfrentar uma pedreira nas oitavas: Brasil, Portugal ou até a Costa do Marfim – caso tire pontos dos portugueses no confronto direto.
Ainda no grupo H, Chile e Suíça devem decidir quem se classificará no segundo lugar para enfrentar o primeiro da chave brasileira. Os chilenos esperam voltar a vencer um jogo depois de 48 anos e os suíços a continuarem com a defesa invicta – em 2006, não tomaram nenhum gol.
Atual campeã e com o time muito parecido com o de 2006, a Itália começa a luta pelo penta contra três equipes tecnicamente inferiores. Dessa maneira, deverá cruzar com Dinamarca ou Camarões, que disputam a segunda posição do grupo E, que tem como cabeça de chave a Holanda. A seleção laranja, que teve 100% de aproveitamento nas eliminatórias, não deve ter muitas dificuldades até as quartas de finais. Nas oitavas enfrentará provavelmente Paraguai ou Eslováquia.
Vida difícil terá a seleção de Diego Maradona. Mesmo em um grupo fácil, com Nigéria, Coreia do Sul e Grécia, a Argentina não escapará de uma equipe tradicional na segunda fase. O motivo é simples. O seu grupo (B), tem cruzamento direto com o A, que é considerado o grupo da morte. Totalmente imprevisível, a chave tem França, Uruguai, México e a África do Sul.
Inglaterra e Alemanha iniciam a campanha em 2010 nos grupos C e D, respectivamente. Os alemães, ao lado de Austrália, Sérvia e Gana, certamente confirmarão a primeira posição e devem pegar Estados Unidos, Argélia ou Eslovênia. Os americanos têm certo favoritismo após boas apresentações na Copa da Confederações de 2009. Australianos e ganeses tentam arrancar bons resultados para tirar a segunda colocação dos favoritos sérvios, que esperam derrotar os ingleses nas oitavas de final.
A partir das quartas de final ocorrerão as partidas entre os grandes campeões. Podem aparecer os confrontos Brasil e Holanda, França e Inglaterra, Argentina e Alemanha e Itália e Espanha. Em uma hipotética semifinal, o vencedor do jogo entre brasileiros e holandeses jogará contra ingleses ou franceses. Ou seja, o Brasil só cruzaria com Argentina, Alemanha, Espanha e Itália na grande final.
Craques podem fazer a diferença
Com status de melhor jogador do mundo, Messi é o principal jogador da seleção argentina. Pelo Barcelona, em 2009, ganhou tudo o que disputou. Pode ter ao seu lado Carlos Tevez, em grande fase no Manchester City.
Para Miroslav Klose a Copa 2010 significa a chance de superar o maior goleador da história das Copas, Ronaldo, que fez 15 gols nos três Mundiais que disputou. Klose tem 10 gols e precisa de no mínimo mais cinco para bater a marca histórica. Caso consiga, certamente levará a Alemanha bem longe no torneio. Contará com a ajuda do veterano Ballack e do polonês naturalizado alemão Podolski, que disputou a Copa 2006.
Na seleção espanhola, grandes nomes do meio para frente. A dupla infernal do Barcelona, Iniesta e Xavi se juntarão ao goledor do Liverpool, Fernando Torres – autor do gol do título da Eurocopa – e a David Villa, do Valência. O técnico Vicente Del Bosque ainda conta com Fàbregas, destaque do Arsenal.
Kaká, líder do time brasileiro e melhor jogador do mundo em 2007, tem pela frente o companheiro de clube Cristiano Ronaldo na primeira fase da Copa. Coadjuvantes, Luís Fabiano, Robinho, Liédson e Deco também podem ser importantes para o Brasil e Portugal nos momentos decisivos. Há ainda a expectativa da convocação de Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Ronaldo e Roberto Carlos.
Henry, do Barcelona, livre da punição da Fifa por ter usado a mão no gol que classificou os franceses ao Mundial, jogará sua quarta Copa do Mundo. Ao seu lado, Ribéry e o veterano Anelka serão essenciais na campanha francesa na África. A Holanda também dependerá das atuações de três jogadores: Sneijder, Robben e Van Persie.
Para a Inglaterra, será a última chance de uma grande geração de craques conquistar o título esperado há 44 anos. Gerrard, Lampard, Rooney e talvez Beckham e Owen serão dirigidos pelo italiano Fabio Capello.
Os africanos também prometem desfilar o futebol-arte na Copa da África do Sul. Estrelas como o camaronês Samuel Eto’o, da Inter de Milão, o ganês Essien, do Chelsea, e Didier Drogba, também do clube londrino e da Costa do Marfim, prometem surpreender as equipes tradicionais e chegar às quartas de final, o que consolidaria uma equipe da África com a melhor campanha do continente na história do Mundial.
Fonte: Site da Copa 2014
