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Sábado, 14 de Julho de 2018 às 11h24 FNF completa 100 anos em busca de novas estratégias para o futebol do RN

Responsável pelo futebol do Rio Grande do Norte, entidade inicia planejamentos e estuda novas competições para a descoberta de talentos por todo o estado

A Federação Norte-rio-grandense de Futebol completa neste sábado, 14 de junho, 100 anos de história e tradição no desporto potiguar. Nesse período, sofreu mudanças no nome, intervenções jurídicas, alternâncias na presidência, mas conseguiu a profissionalização e, hoje, é uma das federações mais respeitadas no país.

Presidida pelo advogado José Vanildo da Silva, conduzido ao cargo em 2007, a FNF planeja investimentos e estuda novas competições ainda esse ano, para que novos atletas possam mostrar seus talentos.

Dentre as novidades, a criação de uma Copa destinada para as Ligas desportivas do interior do estado, que servirão como polos de descoberta para os clubes do RN e de outros estados.


Logomarca comemorativa aos 100 anos da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (Foto: Editoria de arte)

Como tudo começou

Fundada como Liga de Desportos Terrestres do Rio Grande do Norte, a entidade tinha, até então, o objetivo de conduzir, além do futebol, atividades relacionadas ao atletismo. Denominada ainda de Associação Rio-grandense de Atletismo (ARA), e posteriormente (1942) de Federação Norteriograndense de Desportos (FND), adotou o nome atual a partir de 1976.

Segundo documentos da FNF, três clubes foram os responsáveis por sua criação: ABC Futebol Clube, América Futebol Clube e Centro Esportivo Natalense. Em seguida, outros clubes e agremiações esportivas foram dando corpo à entidade desportiva. Sob a condução de oficiais militares, em 1919 foi disputado o primeiro campeonato estadual oficial. Mais à frente, a década de 1940 marca o início das discussões sobre o profissionalismo no futebol do estado, finalmente implantado em 1950.

Apesar do trabalho em prol do esporte local, a entidade sofreu problemas na condução do trabalho, sofrendo quatro intervenções ao longo dos anos. Na década de 1940, em razão da II Guerra Mundial que dividiu o mundo, três intervenções jurídicas (1941, 1944, 1949) paralisaram o trabalho esportivo. No entanto, o ambiente foi restabelecido por um período de 56 anos, até que em 2005, uma nova intervenção foi determinada pela justiça.

Em 18 de fevereiro de 1996, o jornal "Tribuna do Norte" publicou uma matéria especial sobre os presidentes que passaram pela FNF. O material, encaminhado pelo pesquisador Marcos Trindade, relata a vida de alguns dos mandatários e desportistas que passaram pela entidade, desde o ano de 1918.


Recorte do jornal "Tribuna do Norte", de 18 de fevereiro de 1996 (Foto: Arquivo/Tribuna do Norte)

Sob os trabalhos do interventor Paulo Eduardo Pinheiro, foram convocadas novas eleições e, o jornalista Alexandre Cavalcanti, a época exercendo o mandato de deputado estadual, foi eleito presidente da entidade. Em 2007, Alexandre Cavalcanti renunciou à presidência, para tratamento de saúde, assumindo em seu lugar, o advogado José Vanildo da Silva, então vice-presidente administrativo da entidade.

Em 2009, os clubes em assembleia, decidiram pela prorrogação do mandato de José Vanildo da Silva, até dezembro de 2014. Em nova aclamação na sede da FNF, em Natal, Vanildo teve o mandato na presidência prorrogado até 2022.

Por dentro da FNF

Conduzida por José Vanildo da Silva, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol possui cinco vice-presidentes na diretoria. No quadro funcional, 11 profissionais são responsáveis pelos trabalhos administrativos, desde a recepção aos funcionários de campo no Estádio Juvenal Lamartine, que após uma disputa jurídica, teve garantida a manutenção por parte da FNF.

Rubem Martins Neto, secretário da FNF há 11 anos, e que também acumula os cargos na secretaria do Tribunal de Justiça Desportiva do RN e como delegado nos jogos no estado, ressalta a evolução jurídica da instituição e a qualificação do quadro funcional da entidade.


Rubem Martins (1º ao lado das bandeiras) trabalha na FNF há 11 anos (Foto: Jocaff Souza/FNF)

“Primeiramente, destaco o fato de prezar o princípio da legalidade para a condução das competições, com os campeonatos sendo realizados com início, meio e fim, sem a intervenção de ordem judicial ou decisão em um ‘tapetão’. A FNF proporciona um campeonato com festas de lançamento e encerramento, com premiações aos participantes. Na esfera nordestina, lutou pela retomada da Copa do Nordeste, com vagas garantidas a partir do nosso Estadual. Outro ponto é a evolução do campeonato potiguar amador, preservando os regulamentos e tratando com profissionalismo os jovens, que gerou a restauração da Seleção Sub-20 do RN. No campo administrativo, a redução e a qualificação do corpo de funcionários, com cursos na CBF em tecnologia, proporcionado aos filiados da entidade uma adequação aos sistemas de inscrições e regularizações de atletas e treinadores, como também a mudança de sede, que trouxe um benefício para os funcionários e os clubes filiados”, enfatizou.

Futuro

Neste ano, a Federação Norte-rio-grandense de Futebol promoveu mais uma edição do Campeonato Potiguar Loterias Caixa da primeira divisão, com a disputa conquistada pelo ABC. A segunda competição realizada foi o Campeonato Potiguar Sub-15 Loterias Caixa, também conquistado pelo ABC. Agora, a oportunidade é para os jovens de até 19 anos, divididos em 13 clubes. A partir de setembro, serão iniciadas as disputas da Segunda Divisão do Campeonato Potiguar e o Campeonato Potiguar Feminino.

A importância da valorização das categorias de base é um dos objetivos da FNF, que conseguiu, junto à Federação Paulista de Futebol, a inclusão da terceira vaga para o RN na Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2019.


Jogos das categorias de base são realizados no Estádio Juvenal Lamartine (Foto: Jocaff Souza/FNF)

Outra novidade é a criação da Copa das Ligas do Interior, oportunidade para a descoberta de jovens talentos em cidades como São José de Mipibu, Goianinha, Ceará-Mirim, Caicó, Assú e Mossoró.

“Nós não podemos jogar fora a oportunidade em aproveitar tantos jovens. São polos do nosso futebol que possuem um número elevado de equipes e que receberão o incentivo por parte da Federação. O mínimo que podemos fazer e que eu acho mais importante são os efeitos promovidos para o sucesso dos jovens”, destacou José Vanildo.

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