O inacreditável quase aconteceu. Sob os olhares do novo comandante Sidney Moraes e dos 354 corajosos torcedores que foram à Arena Pernambuco, numa noite chuvosa, o Náutico reagiu na etapa complementar, fez 2x0 - marcados de cabeça pelo zagueiro Flávio -, mas ficou por aí mesmo.
Melhor para o América-RN, que se classificou com os 3x0 do jogo de ida. Agora, o Timbu foca apenas na Série, enquanto o Dragão terá pela frente, na terceira fase da Copa do Brasil, o Fluminense.
Inicialmente, a ideia do técnico interino Sérgio China era de poupar mais da metade do time titular para o jogo de ontem. Porém, o presidente interveio na escalação e o obrigou a mandar a campo aquilo o que tinha de melhor. Não que isso significasse necessariamente um primor de futebol, que não é o caso, mas o Náutico começou o jogo com força máxima.
Mesmo precisando golear para seguir na Copa do Brasil, o time entrou em campo com apenas um atacante e três volantes. Dessa forma, não seria estranho se a primeira chance de gol do jogo fosse do América-RN.
Tranquilo em campo e com calma para tocar a bola de um setor para o outro, o Dragão, aos nove minutos, criou uma boa oportunidade. Num lançamento de Adriano Pardal, que pegou a zaga pernambucana desprevenida, o atacante Max tentou encobrir Alessandro com um chute de três dedos, mas a bola pegou velocidade e foi por cima. O Náutico, por sua vez, tinha muita dificuldade de propor o jogo.
Com o meio congestionado, acionava, de forma não muito eficaz, os laterais Jackson e Raí para cruzar as bolas na área. Aos 29, numa boa jogada, o lateral-esquerdo criou uma boa chance e mandou para a área, mas a bola foi interceptada por Fernando Henrique antes de chegar em Marcelinho.
Já o primeiro chute do Náutico veio só com 33, após jogada individual de Marcos Vinícius. Muito pouco para quem precisava golear para seguir vivo na competição.
Na volta do intervalo, o Náutico mostrou mais determinação, mas continuava pecando no último passe. Aos 17, Max perdeu um incrível gol na frente do goleiro Alessandro. Depois desse lance, tudo mudou. Aos 18, Zé Mário chutou forte. A bola acertou a trave, as costas do goleiro e foi para escanteio.
Na cobrança ensaiada, Flávio subiu mais que todo mundo para abrir o placar. Aos 24, novamente Flávio fez 2x0, em mais uma cabeçada precisa.
O Náutico estava no jogo. A partir daí, a pressão aumentou em busca do terceiro gol.
O América-RN, que sentiu o golpe, se defendia como podia. No fim do jogo, aos 46, naquele típico gesto de desespero, o goleiro Alessandro subiu ao ataque, mas nada fez.
Talvez se o Náutico tivesse tido mais ímpeto no primeiro tempo, o resultado teria sido diferente.
Jconline
